O presidente da Junta de Freguesia de Souselas solicitou ontem aos serviços camarários para “usarem do bom senso, equidade e justiça” na questão do futuro IC3. Em entrevista ao DIÁRIO AS BEIRAS, João Pardal considera que está a haver um “tratamento diferenciado” nesta questão por parte da autarquia. É que, ao centrar a questão apenas na zona de Ceira, o autarca teme que se esteja a esquecer a zona norte do concelho, onde se inclui a sua freguesia.
João Pardal entende que a questão de Ceira e acessibilidades complementares devem ser tratadas, mas que não ouça ninguém debater ou solicitar benefícios para as freguesias a norte. “As outras não têm direito”, questiona.
Aliás, o presidente da junta considera que a solução dois do IC3 (Coimbra/IP3) é a mais adequada, mas desde que “tenha um nó (entrada/saída) na zona do Resmungão/Junqueira e se articule, igualmente, com o nó do IP3 em Souselas”, ao invés do nó do Outeiro.
Se tal acontecer, João Pardal pretende que seja recuperada a EN547-A. Uma via que, como recordou, é “perigosa e, pior ainda, não tem guardas de segurança, apesar do nosso pedido junto da câmara”. Outra das estradas, que terá de receber intervenção, é a EN336, já que passará a ser um dos acessos a norte do futuro IC3.
Paralelamente a esta questão, o presidente da junta de Souselas quer saber em que ponto está a questão da Plataforma Empresarial e Logística Polinucleada. Aprovada pelo executivo e assembleia municipal em 2007, a plataforma ficará localizada no território de três freguesias – Souselas, Botão (Coimbra) e Pampilhosa (Mealhada) – e permitirá a criação de quatro mil postos de trabalho direto. Uma decisão que, segundo João Pardal, permitiria o aumento demográfico das freguesias onde será construída.
Esta estrutura, como explica, já é servida pela Linha do Norte dos comboios, precisando de um acesso rodoviário. Essa via seria o futuro IC3 que, caso fique apenas por Almalaguês, aumentaria a desertificação da zona norte do concelho.
“Não quero ficar mais 30 anos à espera de coisa nenhuma”, disse, solicitando uma resposta por parte da autarquia relativamente a este processo. É que, como lamenta, “farto-me de escrever para a câmara e não tenho obtido qualquer tipo de resposta”. “Acredito que não queiram ir para aí”, conclui.
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