Aperfeiçoamentos técnicos reduziram mortes com cirurgia do fígado

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Foto Gonçalo Manuel Martins

O cirurgião Castro e Sousa, dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), realçou os “aperfeiçoamentos técnicos” que permitiram nos últimos anos uma significativa redução dos índices de mortalidade na cirurgia do fígado.

À luz desses progressos, sobretudo na última década, “considera-se hoje que uma mortalidade superior a cinco por cento” numa qualquer unidade cirúrgica deve ditar o seu encerramento, declarou Francisco Castro e Sousa, diretor do Serviço de Cirurgia dos HUC.

O professor da Faculdade de Medicina de Coimbra falava à agência Lusa enquanto organizador das Jornadas Internacionais de Cirurgia que decorrem hoje e amanhã no auditório principal dos HUC.

“Há dez anos, 30 a 40 por cento de mortalidade nesta cirurgia não era nada de anormal. Hoje, com mais de cinco por cento, o centro deve fechar”, uma evolução positiva que resulta de vários “aperfeiçoamentos que se foram somando”.

Castro e Sousa disse que, atualmente, “a cirurgia do fígado na patologia benigna pode fazer-se já sem mortalidade”.

“E mesmo, na cirurgia sobre fígado são, faz-se praticamente sem mortalidade. Mas também na cirurgia do fígado doente, aí já com alguma mortalidade, houve alguma redução para números que globalmente são inferiores a cinco por cento”, acrescentou.

Castro e Sousa defendeu, por outro lado, que o recurso ao dador de fígado vivo, “uma situação que é discutida e tem problemas éticos que devem ser postos em equação”, é igualmente “uma técnica que permite salvar doentes, embora com a generosa doação de um dos familiares”.

“Vai permitir que o doente não esteja à espera vários meses, numa longa lista de espera”, disse, admitindo que esta solução “já foi mais consensual”.

As Jornadas Internacionais congregam médicos portugueses e vários especialistas de outros países, que vão discutir as cirurgias do fígado, pâncreas e colo retal, designadamente os resultados do transplante hepático com dador vivo e algumas novidades da cirurgia pancreática.

Em Portugal, apesar dos progressos, ainda “morrem seis pessoas por dia” devido a cancro colo retal, sublinhou Castro e Sousa.

No entanto, a aplicação de novas drogas e o uso da imagiologia “melhoraram extraordinariamente a sorte destes doentes” com metástases hepáticas.

A cirurgia para remover do fígado estes tumores secundários pode salvar os doentes e assegurar-lhes “uma excelente qualidade de vida”.

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