Editorial: Paulo Marques
O aeroporto da Portela vai manter-se em funções até 2021. Pelo menos. A notícia”culpa” a crise, que impede o arranque do concurso para a o novo aeroporto internacional, em Alcochete.
O que parece óbvio, neste momento, é que este adiamento abre uma “janela de oportunidade” para os chamados aeroportos de proximidade.
Em Portugal, como se sabe, não vingou ainda esta ideia de estruturas aeroportuárias regionais, em rede, ao contrário do resto da Europa.
Aqui ao lado, em Espanha, por exemplo, a rede conta com 35 aeroportos, o que dá uma média de um para cada 1,150 milhões de pessoas. Ora, na região Centro vivem cerca de 2,3 milhões de pessoas, o que daria dois aeroportos – um na faixa litoral e outro no interior, como, de resto, o próprio PROT (Plano Regional de Ordenamento do Território) prevê.
Para o litoral, um projeto está já muito adiantado: o de Monte Real, muito bem servido de acessibilidades rodoviárias e que terá uma estação do TGV bem próxima. Ali existe uma base aérea, pelo que o investimento para a utilização civil é consideravelmente menor.
O que falta, então, para fazer avançar Monte Real? Vontade política, desde logo. E uma solução financeira que contorne a austeridade vigente. Uma e outra coisa foram, justamente, o cerne da reunião, em julho do ano passado, entre o Fórum Centro Portugal – que tem vindo a defender Monte Real – e o primeiro-ministro.
Na altura, José Sócrates manifestou total abertura política, pedindo apenas a “tal” solução financeira. Ora, esta só pode chegar de privados com interesses no negócio do transporte aéreo. E estes são, há muito, parceiros do Fórum, com quem já terão, mesmo, negociado as condições do investimento.
Ou seja, falta mesmo muito pouco para Monte Real.
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