O ex-Presidente do Brasil Lula da Silva insistiu hoje, durante o seu doutoramento ‘honoris causa’ em Coimbra, na necessidade de uma reforma das Nações Unidas, em especial do seu Conselho de Segurança.
Para Lula da Silva, o Conselho de Segurança das Nações Unidas “não corresponde mais à verdade geopolítica do século XXI”.
“Creio que o título que recebo hoje é também um reconhecimento às causas que o Brasil tem patrocinado internacionalmente e à nossa presença cooperativa no mundo”, acrescentou, preconizando uma “nova governança global” que passe pela reforma das Nações Unidas.
Considerando “estratégica a relação com Portugal e com os países africanos de língua portuguesa”, Luiz Inácio Lula da Silva fez votos para que a sua distinção como doutor ‘honoris causa’, pela Universidade de Coimbra, “contribua para estreitar ainda mais” os “laços históricos” e as “parcerias produtivas” que unem os países lusófonos.
“O que nos une é infinitamente mais importante do que aquilo que nos separa. Somos uma comunidade de destino a ser potencializada com entusiasmo, tanto na esfera linguística e cultural, quanto no terreno económico e comercial”, disse.
Em declarações aos jornalistas, no final da cerimónia, também o presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires, defendeu a necessidade de reformar as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança.
Instado a comentar as declarações de Lula da Silva sobre a ONU, na terça-feira, em Lisboa, e hoje, durante aquela cerimónia, Pedro Pires afirmou que “é preciso reformar as Nações Unidas e reformar o Conselho de Segurança” para que todos se sintam representados naquele órgão.