Farmácia 2

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Fernando Ramos

Não. Não repeti o título da crónica anterior. Acrescentei-lhe um 2 que, certamente, deveria até ser 1. E porquê? Porque a crónica de hoje é sobre a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC).

A importância que deve ser dada ao facto da Faculdade de Farmácia ser a primeira da Universidade de Coimbra (UC) em que o seu corpo docente permanente está prestes a ser totalmente constituído por Doutorados, justifica, só por si, uma crónica. Não se trata apenas de ser a primeira da UC, é também a primeira Faculdade de Farmácia do País a consegui-lo e só não me atrevo a afirmar que é a primeira Faculdade de Portugal a atingir tal patamar porque não consegui reunir prova disso, sendo certo que não encontrei nenhuma onde tal já tivesse sido alcançado.

No dia em que escrevo, 18 de Março de 2011, a FFUC tem cinquenta e oito docentes a título permanente, 57 dos quais são Doutorados, encontrando-se a docente que não o é a aguardar a marcação de provas públicas para apresentação da sua Dissertação de Doutoramento.

Mas uma Faculdade não são só Docentes, e a FFUC tem, também, 40 outros funcionários não docentes e, obviamente, aqueles que são o verdadeiro motor da sua existência: os estudantes em numero de 1352, setenta dos quais estrangeiros, provenientes de países de língua oficial portuguesa (Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique) e de Espanha, a maioria, mas também de outros países como França, Alemanha, Itália ou Letónia. Mas mais do que o número em absoluto, importa relevar que graus de ensino cursam esses estudantes. Ora é grato perceber que só cerca de metade (52,9 %) são estudantes de Licenciatura, sendo os outros estudantes de Mestrado (39,6 %) e de Doutoramento (7,5 %). Ora, acolher 102 estudantes de Doutoramento só é possível porque todos os docentes do staff permanente da FFUC estão integrados em Centros de Investigação avaliados positivamente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com classificação de Bom, Muito Bom e Excelente.

Claro que isso também se faz repercutir na produção científica da FFUC, com especial destaque para os artigos completos publicados em revistas científicas indexadas e com factor de impacto atribuído pelo ISI – Institute for Scientific Information (para quem estiver menos familiarizado com este tipo de linguagem, convém dizer que este instituto é aquele a quem a comunidade científica mundial reconhece mais autoridade na avaliação de publicações. Por palavras mais cruas, quem não é avaliado pelo ISI, não conta na ciência…). Assim, e se se considerar que um investigador português produz 1,3 artigos ISI por ano, em média, fácil será perceber que os 108 publicados em 2010 com a chancela da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra significam, claramente, que esta já se encontra na metade superior do ranking nacional.

Também a intervenção da FFUC no domínio da prestação de serviços especializados (onde se incluem as áreas de medicamentos e cosméticos, com o relançamento do acreditado UCQFarma, a certificação do Laboratório de Análises Clínicas e de Saúde Pública e a área de alimentos e águas, entre outras) se prepara para abraçar uma nova dinâmica, enquadrada na DENDROPHARMA, empresa da UC acabada de fundar especificamente para esta área e cujo êxito já se antevê, apesar de ainda só agora estar a dar os primeiros passos.

Assim está a Faculdade de Farmácia.

Preparada para os desafios dos dias de hoje.

 

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