António Costa – SOM
Pouco mais de meia hora depois de Sócrates anunciar a demissão, António Costa defendeu, em Coimbra, a solução eleições, mas sublinha que a decisão “compete a quem tem estado calado” e “não interveio porventura no momento próprio”.
O dirigente socialista e presidente da câmara de Lisboa apresentou, quarta-feira à noite, em Coimbra, a moção de José Sócrates – “Defender Portugal, construir o futuro” –, ao XVII congresso do PS.
Questionado se devem ser convocadas eleições para ultrapassar a atual situação política do país, António Costa disse que “isso agora compete a quem tem estado calado e a quem não interveio porventura no momento próprio dizer” o que deve ser feito.
O dirigente do PS não vê, no entanto, “no atual quadro parlamentar, com esta postura dos partidos da oposição”, qualquer possibilidade de entendimento – “se fosse possível teria havido agora”.
“Começo a ver poucas alternativas que não seja chamar os portugueses a responderem afirmativamente àqueles que são os desafios nacionais”, acrescentou.
“Creio que os factos falam por si”, limitou-se, por outro lado, a afirmar António Costa, quando questionado se o Presidente da República fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar esta crise política.
Sobre a recandidatura do primeiro-ministro à liderança do PS, António Costa afirmou que, “claro” que José Sócrates contará com o seu apoio, recordando que se deslocou a Coimbra, esta noite, precisamente para “apresentar a moção com que ele se candidata”.
A situação em que “as oposições colocaram o governo era obviamente insustentável”, afirmou, por outro lado, o dirigente do PS, explicando a demissão do primeiro-ministro.
Mas a atitude dos partidos da oposição é “um péssimo caminho para Portugal”, advertiu, considerando que quinta-feira, no Conselho Europeu, Portugal “em vez de ver confirmado o apoio da Europa às medidas” adoptadas, verá “certamente uma enorme deceção”.