O MC figueirense Rubi mostra o seu potencial como ator no filme “Fugiu Peter Pan”, realizado e produzido na cidade. Mas foi com o CD “Fraganâncias” que catapultou a sua carreira a nível nacional.
P- A sua carreira mudou com a participação no filme “Fugiu Peter Pan”?
R- Sim. Foi o início de um possível futuro na Sétima Arte. Quem sabe… Gostei imenso de participar no filme, foi uma experiência única. (…) Antes de mais, participei apenas pelo espírito de participar. Foi uma honra participar num projeto destes com músicos que têm uma qualidade distinta.
P- Existe uma “movida” musical própria da Figueira da Foz?
R- Acho que há uma marca própria. Cada tema e cada grupo que participaram no filme retratam uma visão das coisas que existem em redor de cada artista. Portanto, quando ouço um desses temas sinto aquele cheiro da Figueira.
P- Que lugar ocupa o hip-hop na vaga musical local?
R- O hip-hop não vai entrar nos ouvidos de toda a gente, mas está muito envolvido nas gerações mais novas. Está cada vez mais integrado.
P- Como é que começou a rimar?
R- Comecei por tocar bateria, quando era criança. Mais tarde, envolvi-me em projetos de bandas de garagem, na Figueira. Mas havia sempre os problemas próprios das bandas de garagem – um que tem de sair por causa dos estudos, outro porque muda de residência – e nunca conseguíamos levar até ao fim um determinado objetivo. Tive de procurar uma maneira de fazer música sozinho, a certa altura cheguei à conclusão que o hip-hop me dizia algo e comecei a fazer as minhas músicas, em formato digital.
P- Em que ano editou o CD “Fraganâncias”?
R- Foi em 2007. Estive um ano em digressão, que foi extremamente positiva. Na primeira edição foram vendidos mil CDs e entretanto foi posta à venda a segunda edição.
P- Pretende dedicar-se exclusivamente à música?
R- O meu sonho é viver da música. Estou a estudar criação, produção e gestão de música, em Lisboa. Vou apostar ao máximo numa carreira musical.
P- Que tipo de rimas lhe inspira a Figueira da Foz?
R- Como cidade, inspira-me alegria, festas com os amigos… Coisas boas, essencialmente. Fiz as minhas letras mais tristes quando vivi em Braga. Quando voltei comecei a fazer rap e a soar de outra maneira.
P- É verdade que rima quem não sabe cantar?
R- (Risos). Às vezes acontece isso. E há pessoas na Internet a publicar coisas estranhas (risos). Há artistas que rimam, apenas, mas eu dou-lhes muito valor.
P- Qual é o seu MC ou rapper português preferidos?
R- Sam The Kid. Mantém-se sempre na trajetória dele.
Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra em www.asbeiras.pt, a partir das 19H30 de hoje, 11, e no programa “Clube Privado” da Foz do Mondego Rádio (99.1FM), às 19H00 de hoje e de amanhã e às 22H00 de domingo.