O défice, as pessoas, o governo e a oposição

Spread the love

Luís Vilar

Muita tinta tem corrido sobre a questão do défice público, do endividamento das famílias portuguesas, das medidas que o Governo tem tomado, das ameaças da oposição em muitas áreas, nomeadamente em relação ao OE/2011 e, entretanto as Pessoas estão a viver um início de ano com maiores dificuldades que, no meu entendimento, se manterão em 2012.

A questão que se poderia colocar é se Portugal quer ou não manter na zona euro ou, em alternativa, romper com os seus compromissos internacionais e sofrer as consequências face aos credores.

Poderemos até admitir que estas ou outras medidas teriam de ser tomadas para reduzir o défice público. Mas que ninguém tenha qualquer dúvida que eram sempre necessárias reformas e cortes orçamentais na despesa corrente, sob pena de sermos obrigados a solicitar outro tipo de auxílio, da União Europeia ou do FMI, que iriam exigir estas ou outras ainda mais gravosas medidas.

E, tanto assim é, que o PSD além de viabilizar o Orçamento, não diz com clareza aos Portugueses que outro tipo de medidas poderiam ser tomadas. Por outro lado, o PCP e o BE, não podendo entrar na liça das responsabilidades governamentais para não perderem o seu eleitorado, limitam-se a criticar sem apresentar soluções que possam reduzir o défice sem causar transtornos na vida das famílias portuguesas. Por fim, o CDS-PP espreita a sua oportunidade de poder fazer maioria com o PSD, não lhe repugnando outros entendimentos.

Até porque, conforme já demonstrado, os Governos que mais contribuíram para o défice público foram de gestão do PSD e/ou PSD em coligação com o CDS-PP.

Sim, não foram os últimos 4/5 anos que criaram o “monstro”. Este “monstro” foi gerado em muitas décadas e só agora se deu por ela, face à crise financeira que começou nos Estados Unidos e depois na União Europeia.

O Governo dentro de uma determinada linha de rumo vai governando como pode, uma vez que muitas das medidas são directamente importadas da Europa, apresentando contudo, num ou noutro caso alguma instabilidade que só é salva pelo 1º Ministro e alguns Ministros.

Poderia dar muitos exemplos, mas a recente querela entre um Ministro e o Grupo Parlamentar que forçou uma intervenção directa do próprio Primeiro-Ministro, é bem elucidativo que nem tudo corre bem dentro do PS. Mas, há mais alguns erros, como querer-se em 2011, que se corrijam orçamentos de 2010, já depois do Orçamento Rectificativo e do PEC I e PEC II e, ainda por cima, sem se tratar de despesas extraordinárias.

Entendo que os membros do Governo e respectivos gabinetes devem ajudar o PS, o seu Grupo Parlamentar, os seus Dirigentes, para que não tenham que ser sempre os mesmos Ministros ou o 1º. Ministro a desgastar-se para emendar erros cometidos, porque na verdade quem perde somos todos nós, os portugueses.

Não é altura para calculismos políticos que alguns já estão a praticar.

É tempo de unidade interna, mesmo que se tenha de criticar mas de forma positiva.

E não é só em nome do PS e dos socialistas, é também e em primeiro lugar, em nome das Pessoas, que o mesmo é dizer em nome de Portugal e dos Portugueses.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.