Embora reconheça que, “na situação difícil em que o país está”, todas as obras públicas exigem uma “avaliação muito rigorosa”, o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, disse que as obras do Metro Mondego são daquelas que não devem parar.
Num périplo em contra-relógio por Miranda do Corvo, Lousã e Coimbra, seguindo o traçado da linha ferroviária desmantelada há um ano, o representante máximo dos deputados social-democratas na Assembleia da República constatou, no sábado, que o problema “está à vista de todos” depois de, “numa primeira fase, numa extensão de 36 quilómetros, terem sido investidos 100 milhões de euros”.
Perante este cenário, as obras no ramal ferroviário da Lousã, entre Serpins e Coimbra, têm de prosseguir, defendeu Miguel Macedo, alertando para os “custos sociais gravíssimos” da eventual interrupção do empreendimento.
Acompanhado pelos presidentes das três câmaras municipais envolvidas – João Paulo Barbosa de Melo, Fernando Carvalho e Fátima Ramos –, para além dos deputados do PSD eleitos pelo círculo de Coimbra – Paulo Mota Pinto, Maria do Rosário Águas, Nuno Encarnação e Pedro Saraiva –, o dirigente partidário sublinhou: “para nós é claro que temos de, rapidamente, repor no mínimo a situação que existia” e “voltarmos a facultar aos cidadãos a possibilidade de circularem nesta linha”.
Linha da Lousã foi liquidada
Constatando que o Governo “liquidou aquilo que existia”, Miguel Macedo realçou que o Ramal da Lousã serve um milhão de pessoas por ano acrescentando ser necessário “honrar os compromissos que temos”. Neste quadro considerou: “a comissão que foi constituída para avaliar os projetos públicos deve, com urgência e prioridade, avaliar este projeto”.
Além dos custos sociais diretos, a interrupção da obra também teria consequências igualmente “gravíssimas, do ponto de vista da coesão regional”, alertou um dos homens mais próximos de Pedro Passos Coelho. “Temos de repor, no mínimo, a situação que existia”, isto é, criar uma “ligação ferroviária” entre Coimbra e Serpins.
Quanto ao “resto do projeto”, Miguel Macedo sustentou que não se pode ignorar “a situação difícil do país”, elogiando a “ponderação e bom senso” dos autarcas, por não fazerem “finca-pé irresponsável em relação a situações que porventura hoje” não podem ser resolvidas.