Editorial: Sócrates forever

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Paulo Marques

O país está praticamente parado, há alguns meses.

Toda a gente o sabe e toda a gente percebe porquê: o Governo, minoritário e constituído por uma larga maioria de ministros invisíveis, não governa; a oposição, na expectativa, não anda nem desanda; o Presidente da República já não está em exercício.

Mas, à frente do Governo, está um sujeito fino. José Sócrates já sabe o que tem de fazer. E vai fazê-lo.

Em primeiro lugar, tem de evitar a todo o custo ter de recorrer ao FMI. Para isso, só precisa de garantir, a pulso de ferro, a execução orçamental no primeiro trimestre.

Em segundo lugar, tem de evitar que a oposição tropece numa hipotética moção de censura, nomeadamente a que o PSD mais do que seguramente apresentará.Ora, aqui, dando de barato que o PCP nunca apoiará uma proposta vinda da direita, bastará controlar o Bloco de Esquerda. E, para isso, lá estará a campanha de Alegre para amenizar arestas.

Em terceiro lugar – e é o desafio mais difícil –, tem de suster o ímpeto de Cavaco, pós reeleito com a vasta maioria que se adivinha, de dissolver o Parlamento. Também aqui Sócrates vai “fintá-lo” bem: deixa-o ganhar e, logo a seguir, remodela os ministros invisíveis (e talvez os outros) e “obriga-o” a empossar um Governo inteiramente novo. Que, obviamente, Cavaco não vai ter coragem de demitir.

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