Um ano depois, inicia um hercúleo processo de duplicação da sua capacidade de produção instalada, concluído dois anos depois. Sem derrapagens nem atrasos, força de uma rigorosa ação dos recursos humanos internos que se evidenciou ao longo das várias etapas, começando pelo projeto.
O seu administrador, Silva Gomes, realça, de resto, que “a grande riqueza da Celbi é a elevada qualidade técnica dos seus recursos humanos em geral e de alguns em particular”. O quadro da empresa é estimulado através da promoção da meritocracia tendo como base um sistema de gestão de desempenho que abrange toda a organização. Ou seja, uma vez atingidos os objetivos traçados, os trabalhadores têm direito a um bónus e prosseguem a sua senda da progressão na carreira.
Atualmente, a fábrica da Leirosa, na Figueira da Foz, contribui com cerca de dois terços da produção total da Altri, que tem mais duas unidades- Caima e Celtejo. É na mesma ordem de grandeza que fornece a matéria-prima para a central térmica alimentada por biomassa que detém em partes iguais com o Grupo EDP. Esta plataforma produz 30 megawatts/hora, destinados à rede elétrica nacional.
A propósito de energias renováveis, os técnicos da Celbi projetaram um sistema de eficiência energética que assegura a autossuficiência da unidade e ainda exporta para a rede 12 megawatts/hora. Entretanto, o “modelo” que alia o rigor da organização estrutural dos suecos à capacidade criativa e de resposta rápida dos portugueses não para.
Neste momento, a papeleira está a trabalhar num plano de redução de resíduos. E aqueles que não conseguir eliminar já têm um destino: vão ser transformados em fertilizantes para as florestas do grupo. Porém, como era expectável, a duplicação da produção, que recorreu aos mais modernos e eficientes equipamentos, não implicou o dobro da mão de obra. A nova dinâmica da Celbi criou, “apenas”, três dezenas de novos postos de trabalho.
Os clientes em primeiro lugar
As mais de duas centenas de trabalhadores continuam a usufruir dos resultados positivos de uma “filosofia muito virada para os mercados”. Trata-se de “uma organização que interage muito com o cliente”, simplifica Silva Gomes. E também gera interação com a comunidade local: a política de responsabilidade social afeta cerca de três dezenas de milhares de euros para apoiar as atividades de instituições de solidariedade, entidades públicas e coletividades do concelho. Além disso, a Celbi disponibiliza o seu consultório médico às comunidades mais próximas, sem custos para os utentes.
Na vertente ambiental, a empresa que nos anos 60 do século passado revolucionou as relações laborais em Portugal também marca pontos. Foi, aliás, a primeira unidade do país a obter a rigorosa certificação europeia EMAS. “Continuamos a apostar na proteção do ambiente. É uma matriz que está na medula da Celbi. Não só respeitamos todas as normas em vigor no país e na União Europeia, como pretendemos ir além do quadro legislativo, na defesa do ambiente”, abona Silva Gomes. É por tudo o que até agora foi escrito que o administrador afirma: “esta unidade é um exemplo, a nível internacional”.