Arruada na baixa bem composta de apoiantes. Dirigentes dos dois partidos, deputados, autarcas e (muitos) jovens encheram o Largo da Portagem e, depois, as estreitas ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz. Debaixo de uma chuva de papéis de cor amarela, vermelha e verde, o candidato distribuiu panfletos, beijos e até houve tempo para um autógrafo em dois livros da sua autoria.
Antes da caminhada pelas principais ruas da Baixa, duas paragens (quase) obrigatórias. Primeira, o Metro. Jaime Ramos, porta-voz do movimento, explicou as razões do protesto, queixando-se de que “agora não querem fazer nada”. “A nossa opinião é de que estamos a viver um crime de sabotagem praticado por um Governo que não pode fazer isto”, afirmou.
O médico de Miranda do Corvo e ex-governador civil lembrou que os apoiantes do movimento aceitam e compreendem poupanças no projeto. “Não podemos é aceitar esta situação de irresponsabilidade que o Governo está a criar”, disse.
Cavaco Silva respondeu que a presidente da Câmara de Miranda do Corvo lhe enviou um dossiê sobre esta temática e, como tal, conhece bem a questão. O candidato recusou falar em terrorismo, tendo de seguida conversado com um dos utentes do antigo ramal, em cadeira de rodas, e que é um dos prejudicados com os transportes alternativos que fazem diariamente Serpins-Coimbra.
Antes de conversar com meia centena de dirigentes associativos do ensino superior, no Café Santa Cruz, uma paragem obrigatória. Alunos , docentes e professores de escolas pertencentes ao movimento SOS Educação – Colégio S. Martinho, Colégio de S, Teotónio e Instituto Educativo de Souselas.
A encenação, feita por mais de duas dezenas de jovens, serviu de cartão de visita pedidos para que o presidente consiga interceder junto do Governo relativamente aos contratos de associação.
Os alunos André Rosa e Ana Filipa, do 11.º ano do Instituto Educativo de Souselas e Colégio de S. Martinho, eram os portadores de convites para a visita de Cavaco Silva. Ao mesmo tempo que entregavam (mais) um ramo de rosas de cor laranja à esposa do candidato, Cavaco Silva conversava com a mãe de um dos alunos. “Sabe que eu tenho vindo a acompanhar o vosso protesto”, afirmou, o que obteve o agradecimento da encarregada de educação.
Enquanto a mãe pedia para que o presidente intercedesse junto do Estado para dar aos pais oportunidade de escolha para o ensino dos seus filhos, Cavaco Silva lembrou o contributo dado “na legislação”, pedindo atenção “para a aplicação da legislação”.
Antes de voltar a ouvir a música “Menina estás à janela”, que foi cantada repetidamente antes da chegada do candidato, Cavaco Silva acabou por confidenciar à mãe que, como sabe, “há uma parte que é competência do Governo em que há má-fé na aplicação da lei”. E mais não disse…