A oposição sugeriu que a votação do orçamento da autarquia e das empresas fosse adiada para segunda-feira, dia 20, e a maioria relativa do PS aceitou. O PSD e a Figueira 100% alegaram falta de tempo para analisar a proposta dos socialistas. Recorde-se que a votação fazia parte da agenda da reunião de câmara da passada terça-feira, dia 7. Entretanto, o executivo aproveitou o lapso de tempo para proceder a alterações.
De resto, a equipa de João Ataíde recebeu sinais da oposição, pelo menos do PSD, de que a versão que havia apresentado corria o risco de ser chumbada. A primeira proposta era suportada por 70 milhões de euros, mais dois milhões do que orçamento do ano em curso, e incluía uma substancial previsão de receitas através da alienação de património.
O gabinete de João Ataíde adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que “a última versão do orçamento está a ser ultimada, devendo ficar concluída amanhã [16] (hoje)”. O PSD e a Figueira 100% afirmaram, porém, que ainda não tinham sido chamados a apresentar propostas. “O orçamento que nos foi apresentado requer uma apreciação aturada da nossa parte. Mas, acima de tudo, exige que esteja em linha com o Plano de Saneamento Financeiro (aprovado há um mês)”, declarou o vereador Miguel Almeida.
A vereação “laranja”, acrescentou, coloca uma outra condição sine qua non: “que seja um orçamento social, para fazer face às carências que se adivinham para o próximo ano”. Caso contrário, o PSD votará contra. Da parte da Figueira 100% ouvimos que “não é ético falar sobre o substrato do orçamento antes do mesmo ir a votos”. E mais não disse o vereador Daniel Santos. A vereadora do PS Isabel Maranha Cardoso também não quis pronunciar-se sobre o documento.