Os novos pobres

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A pobreza está mais do que nunca instalada no nosso País, dois milhões de portugueses vivem com um rendimento mensal de 360€ e, no âmbito da União Europeia a 27, somos o País onde o fosso entre ricos e pobres é maior.

O rendimento dos dois milhões mais ricos é quase sete vezes maior que o rendimento dos dois milhões mais pobres, o que implica que estes últimos têm 45% dos rendimentos e os primeiros 7%.

Acresce que 1/3 da população activa (entre os 16 e os 64 anos) seria pobre se dependesse só do rendimento do trabalho, capitais e de transferências privadas; sem apoios sociais, mais de quatro milhões estariam em risco de pobreza.

Entre os mais pobres, como seria de esperar, estão os mais idosos que vivem sozinhos e… as famílias com dois titulares e três ou mais filhos.

Infelizmente, no indicador de pobreza, Portugal (19%) tem uma percentagem maior do que a média da União Europeia (16%).

Estamos a falar de dados do INE de 2005 mas, da forma como o nosso País evoluiu nos últimos três anos, só poderão ter-se mantido ou piorado.

É de facto uma assimetria social que importa corrigir, o Estado tem que funcionar como “amortecedor” ajudando os mais necessitados mas, o mais importante será aumentar a riqueza do País, para que mais pessoas tenham acesso a mais e melhor emprego.

Mas os apoios devem ser bem dirigidos, para que não se cometam injustiças que todos conhecemos de muitos que não precisam, estarem a tirar dinheiro aos que mais necessitam.

Por outro lado, concordo com a ideia do tributo solidário, se a sociedade apoia tem que haver uma retribuição em trabalho social ou horas de formação por parte de quem recebe, é uma forma de contribuir para a criação de riqueza e estar em contacto com o mercado de trabalho.

O indicador das famílias também nos deve fazer reflectir, há que apoiar mais as famílias maiores, Portugal tem que incrementar a sua natalidade.

Outro grave problema é o acesso ao mercado de trabalho por parte dos jovens, são cada vez mais qualificados e penam em empregos precários tendo que emigrar, muitas das vezes; para além da frustração que comporta, leva a que não tenham condições para constituir família o que fazem cada vez mais tarde.

São alguns dos novos pobres, a que se juntam os que têm a infelicidade de caírem na situação de desemprego, com os empréstimos para pagarem, basta olhar para o aumento do número de insolvências de pessoas singulares.

Também neste segmento que era médio e médio alto, existem novos pobres que não conseguem, com o subsídio de desemprego ou com o vencimento de um dos cônjuges, suportar todas as despesas mensais, para já não falar de muitos empresários que tudo fizeram para salvar os seus negócios e agora se vêm sem nada, nem subsídio de desemprego porque a ele não têm direito.

Esta situação explosiva, do ponto de vista social, tem que ser bem monitorizada. Impõe-se um Estado actuante, que poupe no inútil e canalize mais dinheiro para apoiar os “velhos” e “novos” pobres.

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