O fim do Conselho da Cidade de Coimbra

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Há um ano, José Dias, último presidente eleito, previa um fim triste: ninguém quer “pegar” no Conselho da Cidade de Coimbra, que está “em estado de coma e agónico”.

Há dias, Boaventura Sousa Santos, pai espiritual e material do órgão de reflexão socio-política da cidade, deu a estocada final: “as lealdades partidárias acabaram por liquidar o impulso da democracia de base”.

É curioso este eclipse de uma das iniciativas mais estimulantes dos anos da democracia, em Coimbra. O Conselho, é bom recordar, emergiu do Congresso pela Cidade – organizado pela Associação Cívica Pró Urbe – e envolveu meia centena de associações e cidadãos, como fundadores.

Estava-se em 2001. À luta da cidade contra a co-incineração de resíduos perigosos, em Souselas, somava-se o fervilhar político que fazia prever a mudança de ciclo autárquico.

A co-incineração morreu por si e a “democracia de base” – então misturada com o PC – ajudou a direita a “varrer” o PS da autarquia. Mas o Conselho da Cidade depressa se “partiu” , com o novo ciclo autárquico a incorporar o PCP e a ostracizar os demais.

O resto foi o que se sabe: o país, impotente e abúlico, aderiu ao princípio da não participação. E a cidade regressou à lógica dos partidos. Chegará para precipitar um novo ciclo autárquico?

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