A cartografia dançada teve início no Porto, no Teatro Nacional de S. João, e irá agora percorrer o resto da “geografia sentimental” tecida pela arte de Paulo Ribeiro, nos palcos de cada uma das cidades portuguesas a integrá-la. “Paisagens… Onde o negro é cor” é o título da coreografia de Paulo Ribeiro, que será apresentada em Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente, a 4 de fevereiro de 2011.
“Paisagens… Onde o negro é cor” resulta de uma ideia central: dedicar um solo a cada uma das cidades que aderiram ao projeto, uma das quais Coimbra, “partindo das suas marcas identitárias”.
De acordo com Paulo Ribeiro, num texto a acompanhar a produção, “Todas as viagens têm uma grande parte de imponderável, é isso que as torna fascinantes. O projeto inicial – dedicar um solo a cada uma das nove cidades parceiras – rapidamente ganhou uma personalidade própria. No início, andámos sequiosos de informação, recolhemos histórias e sensações exaustivamente ao longo dos dias de residência. Apercebemo-nos de que era impossível sintetizar tanta riqueza, tantos encontros, tantas histórias num curto solo de dez minutos”.
Então, recorda o coreógrafo, “optámos por um tempo de passagem mais curto, mais breve, onde deveríamos detetar um ou mais elementos flagrantes que seriam então o motor da composição coreográfica”.
O que resulta e está agora a ser apresentado, “é uma coreografa que será sempre única, porque em cada cidade é diferente”. O solo, ou dueto, que pertence à cidade estará, ainda de acordo com Paulo Ribeiro, “sempre em palco sem outras interferências. É o único momento em que mais nada acontece”.
Com conceção, coreografia e direção de Paulo Ribeiro, “Paisagens… Onde o negro é cor” é uma co-criação (solos) de Romulus Neagu (Lisboa), Leonor Keil (Torres Novas, Porto, Coimbra) e Peter Michael Dietz (Viseu).
A cenografia é de João Mendes Ribeiro, o desenho de luz de Cristóvão Cunha, o guarda-roupa de Paulo Ribeiro e Leonor Keil. A montagem musical da peça é de Paulo Ribeiro a partir de canções/músicas de Zeca Medeiros, Riccardo Nova, Jesús Rueda (interpretada por Drumming – Grupo de Percussão), Vítor Rua, Ute Lemper, Teresa Lopes da Silva, Luís Madureira. Em palco, estarão Eliana Campos, Gonçalo Lobato, Leonor Keil, Peter Michael Dietz, Rita Omar e Romulus Neagu.
O espetáculo destina-se a um público a partir dos 12 anos.