8 de dezembro. Foi, nesta data, que Carlos Encarnação tomou a decisão de deixar a liderança da autarquia. E as razões são conhecidas: “estou farto de aturar este Governo. E como as questões fundamentais para a cidade dependem de soluções governamentais, não estou para ficar aqui a fazer figura de corpo presente”.
Metro Mondego, que foi “a tampa da panela”, autoestrada Coimbra-Viseu, IC3, a estação de comboios, processo do Hospital Pediátrico e do IC2. “São questões que não podem acontecer a uma cidade como Coimbra”, disse, ontem (17), o (ex)-presidente, reclamando desigualdade no tratamento do Governo de José Sócrates. O resultado desta medida está à vista: “Coimbra está um concelho bloqueado”.
Na hora da saída, Encarnação tem a certeza de que “tudo o que estava por conta da câmara, foi feito. Não posso é substituir-me ao Governo”.
Sobre as repercussões que a sua decisão teria junto de José Sócrates, o autarca disse que “não fazia ideia nenhuma”. Bem diferente terá sido a resposta do líder do PSD, Pedro Passos Coelho. Encarnação comunicou a decisão e o presidente social-democrata respeitou a sua decisão e percebeu que, “em relação a esta questão, não podia intervir”.
Sobre o futuro, garantiu que não o verão a fazer “contra-vapor” contra a equipa que passa a liderar o destino da autarquia. João Paulo Barbosa de Melo – “vice presidente mais novo do que eu e, portanto, com mais paciência” – será o presidente a partir de segunda feira.
O mesmo dia em que o executivo, já com João Orvalho na equipa, discutirá o orçamento de 2011 – diminui de 149 para 139 milhões. Um documento “equilibrado” e também “muito interessante”, considerou, e que resulta dos aumentos no ano de 2011. “Temos de equilibrar o nosso orçamento para podermos equilibrar a despesa”, referiu.
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