Junho de 1967: os Beatles lançam o 8.º disco de originais, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, considerado uma “obra-prima” da banda de Liverpool. “Fixing a hole”, um dos temas do disco, gravado em fevereiro, é conotado com referências ao uso de heroína, acusação sempre negada por McCartney, que diz que a música fala de Jesus Cristo.
A alusão não é de todo despropositada, nem no que diz respeito às referências temporais, nem à música escolhida. É precisamente desde 25 de junho de 1967 que a Académica não vence em Braga.
Meses antes, em fevereiro, data da gravação de “Fixing a hole”, a Briosa tinha também vencido na cidade dos arcebispos, mas em jogo da Taça de Portugal.
É preciso andar mais de 40 anos para trás, tempo de Belo, Gervásio, Rocha e Artur Jorge, para encontrar a última fase gloriosa da Académica em Braga.
Artur Jorge, curiosamente, foi o autor de dois golos no jogo da Taça (Briosa venceu 3-1, com o outro golo apontado por Serafim), e de um no jogo do campeonato (Ernesto fez o 2-1). Em 1967 a Académica chegou também à final da Taça, perdendo (3-2) no prolongamento… frente ao V. Setúbal. Mas já são coincidências a mais e o tempo dos Beatles já lá vai.
Marítimo abriu buraco
É tempo agora de “tapar um buraco”, aberto pelos madeirenses no último jogo da Liga e Jorge Costa apela aos seus “heróis” para que mostrem que o bom campeonato não é uma alucinação.
Referências cruzadas e brincadeiras à parte, o tempo é de concentração e a Académica pode terminar o ano com 21 pontos, e regressar, ainda que à condição, ao 5.º lugar, esperando que a Naval (recebe a U. Leiria) e o Olhanense (o Nacional) ajudem a um Natal melhor em Coimbra.