Um perito em edifícios da Universidade de Coimbra rejeitou, quinta feira à noite, a existência de um eventual conflito de interesses no relatório técnico a elaborar no caso dos prédios que deslizaram numa urbanização de Pereira, Montemor-o-Velho.
Na reunião com os moradores dos prédios afetados, António Tadeu, do Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Ciências da Construção (ITeCons) da Universidade de Coimbra admitiu, no entanto, que a sua equipa foi primeiro chamada por um empreiteiro a laborar no local e só mais tarde passou a colaborar com a Câmara Municipal, entidade com a qual possui um protocolo.
“Fomos chamados pela primeira vez [pelo empreiteiro da obra da unidade de saúde, no terreno adjacente aos prédios] no sábado de manhã e, no sábado à noite pela Câmara Municipal. Dei conhecimento à Câmara que já tinha sido chamado Sábado de manhã”, esclareceu.
Questionado sobre um eventual conflito de interesses, recusou, sustentando a “idoneidade” do trabalho dos especialistas universitários, o qual “não é diferente consoante o cliente”.
“Não somos advogados, não somos juristas”, declarou, assumindo que do trabalho de campo do ITeCons vai resultar “um único relatório”.
“Vamos fazer um relatório idóneo doa a quem doer”, garantiu.
Dirigindo-se aos moradores, frisou, no entanto, que qualquer pessoa “é livre de pedir outro parecer” sobre a situação da urbanização de Pereira.
O relatório preliminar elaborado pelo ITeCons a pedido da comissão municipal de Proteção Civil de Montemor-o-Velho deverá estar concluído ao final da tarde de segunda feira.
Na reunião, António Tadeu garantiu que os moradores dos prédios que deslizaram vários centímetros “estão em segurança”.