Biblioteca Joanina desvenda novo tesouro

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Pela primeira vez, a totalidade do edifício da Biblioteca Joanina abre para visitas. Com a abertura do piso intermédio, os turistas passam a ter acesso por inteiro ao “ex-líbris” do Paço das Escolas.

A visita vale bem a pena, seja pela sumptuosidade do monumento, seja pela enorme riqueza patrimonial que alberga. Os livros, esses, não podem ser folheados. Mas há tanto por onde o olhar se perde, ainda que num enlevo quase platónico.

A Biblioteca Joanina foi construída de raiz no século XVIII sobre uma prisão medieval, mais tarde transformada em cárcere académico.

“Não era um regime muito rigoroso porque os guardas deixavam-nos subir e aceder à biblioteca para ler livros”, conta Carlos Fiolhais, diretor da Biblioteca Geral.

A este propósito, o catedrático salienta que construir a biblioteca por cima de uma prisão “é uma metáfora da libertação”. “Pela imaginação que podemos alcançar outros mundos. Através dos livros sou livre”, lembra Fiolhais, enquanto desfolha uma secular bíblia sagrada poliglota.

Mais do que qualquer simbolismo, a Biblioteca Joanina é o casamento perfeito entre a sabedoria e a arte. “Toda ela brilha como ouro”, diz o diretor. E vale ouro.

60 mil volumes de obras

O edifício mandado construir por D. João V para albergar a nova “Casa da Livraria” da universidade guarda “um precioso acervo bibliográfico constituído por mais de 60 mil volumes de obras impressas nos séculos XVI a XIX que podem ser requisitadas e consultadas no edifício principal da Biblioteca Geral.

No piso intermédio, a luz natural entra pelas janelas que rasgam as paredes com 2,10 metros de espessura. Do lado de lá, vislumbram-se as escadas de Minerva, a Deusa da Sabedoria.

Aquele espaço, que estará aberto a partir de hoje (1 de Novembro), vai acolher exposições periódicas mostrando publicações do rico espólio da UC.

No dia 15 de novembro vai ser inaugurada uma mostra documental sobre os sócios portugueses da Royal Society of London, que em 2010 comemora 350 anos.

A exposição sobre Sociedade Real (a academia científica mais antiga do mundo ainda em funcionamento) vai permitir conhecer 25 membros nacionais desta instituição.

O original dos estatutos da UC reformulados pelo Marquês de Pombal, vai estar também exposto na mostra, em que vão ser focados aspetos da vida de Jacinto de Magalhães, outro português membro da Royal Society of London, que patrocinou um prémio científico ainda atribuído atualmente por uma sociedade americana.

A partir de hoje (1 de Novembro), o visitante pode apreciar o piso nobre da Biblioteca, seguir pelo piso intermédio e, depois, visitar a prisão Académica. Como as Escadas de Minerva continuam em obras, Fiolhais lembra que, durante os próximos meses, o visitante poderá sair pelo edifício de Fernando Távora, que dá acesso ao auditório da Faculdade de Direito, ou seguir e fazer o percurso da Alta. Qualquer um valerá a pena…

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