BetterSoft: a software house das grandes soluções

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Quem sobe a Santa Clara passa pelo outdoor que anuncia a BetterSoft, mas dificilmente imagina “o mundo” que se esconde ao fundo das escadas do 7B da Rua Carlos Alberto Pinto Abreu, em Coimbra – um milhão de euros de volume de negócios só em Portugal. O naipe de clientes da BetterSoft é de respeito: “trabalhamos com as maiores empresas e grupos do nosso país, casos da PT, da Sonae, Nestlé, Central de Cervejas, Refrige, Unicer, BP, além de 300 pequenas e médias empresas”, explica o CEO, Jorge Marques.

Ao longo do templo, a BetterSoft desenvolveu “grande proximidade” com as multinacionais, “que têm necessidades muito próprias e às quais respondemos em tempo útil”.

A nível internacional, a empresa incomoda muito boa gente. Já lá vamos. Jorge Marques abre o livro da história para lembrar o percurso da software house que nasceu na cidade do Mondego há 10 anos, “embora tenha origem numa outra empresa”, pelo que está no mercado há duas décadas.

Quatro licenciadas da Universidade de Coimbra deram asas a um projeto que começou “de forma errada porque, na altura, não existiam processos de consultadoria, nem de metodologias de trabalho”. Só que as quatro estudantes decidiram avançar com o projeto que antecedeu a BetterSoft.

A dimensão – “somos uma empresa pequena” – é uma vantagem competitiva, pois, afirma Jorge Marques, “somos mais ágeis no tempo de resposta e, também, mais baratos, conseguimos fazer o que faz uma consultora internacional a uma percentagem do custo”.

A BetterSoft “cresceu” através de uma solução de distribuição e logística para empresas do mercado horeca. “Permite gerir a recolha das encomendas, a preparação e as entregas dos produtos ao mercado”, referiu. Quando as multinacionais quiseram uniformizar a rede de distribuição, encontraram na BetterSoft “um produto muito adequado”, o que permitiu celebrar contratos e, a pouco-e-pouco, “efetuar a uniformização dessas mesmas redes”. Quais são as mais-valias? A principal, refere Jorge Marques, “é que estas empresas têm conhecimento do que vendem para a rede de distribuição, mas não sabem o que a distribuição vende ao mercado”.

Com a solução da BetterSoft “ficam a conhecer o cliente final, tendo uma visão global do mercado”.

Na sequência deste trabalho, foram criados outros produtos: gestão e acompanhamento de objetivos, mobilidade e uma plataforma de colaboração, work-out, que “facilita a comunicação”.

Hoje em dia, como já possui muitas referências no mercado, a BetterSoft é contactada regularmente por “outras empresas que querem ter as mesmas ferramentas de gestão que fornecemos aos nossos clientes”. Sucedem-se as apresentações (a viagem a Silicon Valle foi memorável – “só não temos os mesmos recursos e processos”) e o “passa a palavra” faz o resto.

Experiência e agilidade explicam o sucesso da empresa conimbricense, que beneficia do “fácil acesso a mão-de-obra qualificada”.

Nas apostas estratégicas, Jorge Marques inclui Angola, Moçambique, Espanha e o Brasil. Por vezes, os efeitos das apresentações no estrangeiro não são imediatos, mas “fica lá a semente e um dia essa semente dará resultados”.

Entretanto, a oferta dos serviços mudou radicalmente, já que a maioria dos clientes da BetterSoft trabalham no datacenter da empresa, o que representa uma “opção de segurança”.

Cada solução já existente é adaptada às necessidades de cada cliente, pelo que a investigação está sempre na ordem do dia.

A teleassistência é uma área fundamental no funcionamento da empresa e nos investimentos – o apoio ao Clube de Vela de Coimbra é um exemplo na responsabilidade social.

O edifício previsto para o Coimbra iParque está na agenda. “É importante e ajudará a fechar negócios. Parar é morrer”, conclui.

SECÇÕES COMCENTRO

OPINIÃO

Quem Resiste Ganha

Norberto Pires

Presidente do CA do Coimbra iParque

Realizar coisas sempre foi muito complicado em Portugal. Geram sempre imenso ruído aquelas pessoas ou instituições que pensam globalmente, definem estratégias e realizam projectos com o propósito único de melhorar as condições de vida na sua cidade, região ou país. Coimbra é nisso uma cidade particularmente difícil, pela enorme quantidade de egos e sensibilidades, pelas sombras majestáticas de pessoas e instituições, pela atitude aristocrática insuportável de certo meios académicos, políticos, culturais e económicos, e por uma certa atitude altiva, mas vazia de conteúdo, de sentido de dever e de serviço público. Esta atitude Coimbrinha maldizente, decadente e medíocre , e que tem ainda alguma força em certos meios, é hoje uma minoria. Felizmente, existe uma Coimbra nova, empreendedora, que sabe que tem de lutar para atingir objectivos, que percebe como funciona o mundo, que gosta muito desta cidade e aposta tudo para que tenha sucesso. Essa nova Coimbra é hoje largamente maioritária. É constituída por pessoas conscientes das dificuldades que atravessamos como cidade. Pessoas que percebem bem as mais-valias associadas a Coimbra. Pessoas que percebem bem o papel da Universidade, do Politécnico, e das outras instituições de ensino superior da cidade, bem como o papel dos centros de saber e I&D que aqui desenvolvem a sua actividade. Sabem bem aquilo que essas instituições devem fazer e como se devem orientar. Pessoas que sabem, que percebem, e que querem proporcionar a essas instituições os estímulos necessários para que elas mudem e aumentam a sua contribuição para o nosso desenvolvimento colectivo. Pessoas que percebem bem quão crítico é ser capaz de fixar pessoas criativas e empreendedoras. Aquelas pessoas que mudam a face dos locais onde vivem, porque identificam oportunidades e criam actividades geradoras de valor. Pessoas que percebem bem o papel da cultura numa cidade universitária de primeiro mundo. Uma cidade que precisa de ser excitante e tem de fervilhar de actividade. As pessoas dessa nova Coimbra sabem bem que perante tantas escolhas, tantos locais, tantos sítios para viver e ser feliz, é preciso ser capaz de atrair os melhores, e que esses procuram os locais em que as coisas acontecem. A cultura tem este papel mobilizador que é fundamental para tudo o resto. Pessoas que sabem separar o trigo do joio. Pessoas que não ligam ao ruído gerado, qual cortina de fumo, e percebem que realizar bem dá muito trabalho, exige esforço e dedicação, cria imensas invejas, mas tem resultados. Como dizia Camilo José Cela, famoso escritor espanhol e prémio Nobel da literatura em 1989, no seu discurso de aceitação do prémio Príncipe das Astúrias de 1987, na área das letras: “En España – y os lo digo, Alteza, porque sois joven y español – el que resiste, gana”. 

 O Livro

Este excelente romance de José Eduardo Agualusa é uma estória sobre o maior tesouro que temos: a nossa língua. Fala de Iara, uma jovem linguista portuguesa, que descobre assustada e perplexa que al guém, ou alguma coisa, está a subverter a língua portuguesa. Este mistério, baseado numa lista de palavras que estariam a ser introduzidas na língua lusa de uma forma avassaladora e irremediável, interessa a um seu velho professor, um velho anarquista angolano de passado algo sombrio, a quem Iara pediu ajuda. E assim começa uma aventura fantástica, um romance de amor e mistério que nos faz pensar no poder da nossa língua: “da mais radical das subversões, a de melhorar uma civilização sofisticando o seu idioma”. Este excelente romance, de um autor muito interessante, lê-se de uma vez, sem parar.

O Negócio

A Almedina é uma marca da cidade. No Estádio Cidade de Coimbra conjuga a vertente generalista (área técnica e o Direito, a sua vocação primordial, mas assegurando a presença de novas áreas) com a componente de cultura e lazer. A literatura infantil e juvenil não foi esquecida. Na área de cafetaria/ snack-bar é possível escolher e apreciar as obras selecionadas ao sabor das especialidades de um menu de qualidade. A música e a Sétima Arte são outros capítulos da oferta criteriosa de obras de cinema da loja Almedina no Estádio Cidade de Coimbra, que dispõe de um auditório que “O horário alargado, adaptado às conveniências utilizadores, torna-a indispensável. Que falta faz à Baixa uma loja assim.

Para Ver

A Orquestra Clássica do Centro (OCC) realiza, hoje, pelas 16H30, um concerto pedagógico, no Pavilhão Multidesportos. Organizado em colaboração com a Câmara de Coimbra e tendo o apoio das “Águas de Coimbra”, o concerto destina- se à comunidade escolar da região de Coimbra. Durante o espetáculo, o Maestro Artur Pinho Maria dará a conhecer a Orquestra e os seus instrumentos, envolvendo o público. No final do espetáculo serão interpretados, por alunos e Orquestra, os temas “Sinfonia dos Brinquedos”, “Mira- me Miguel”, “Coimbra” e “A Portuguesa”. Fique também atento à Conferência/Concerto estreia “Novas Obras de Compositores Ligados à OCC” que se realiza no dia 29 de Novembro, pelas 21H30, no Pavilhão Centro de Portugal. Vá ouvir música com a OCC.

farpas@centro

A Turismo do Centro foi constituída sem a participação do município de Coimbra, nem das importantes zonas turísticas Leiria-Fátima e Serra da Estrela. É uma superestrutura dispendiosa, que passa os estímulos errados. O que interessa, quiçá para viabilizar orçamentos de instituições sem sentido, é obrigar a pertencer a esse clube criado à pressa. O governo não acautelou os interesses do Centro. Manteve o Sr. Presidente da Câmara de Coimbra uma posição firme, colocando-se à parte de um processo lesivo dos interesses da região. Alertou para o facto de os assuntos públicos não poderem estar à mercê de “humores de um membro do governo”. Carlos Encarnação tem toda a razão: “o que temos é uma sombra do que deveria ser uma entidade de adesão livre e muito menos representativa do que a sua importância merece”. Perde Coimbra. Perde o Centro de Portugal. Perdemos todos.

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