“Benfica teve de ajoelhar”

Spread the love

José Eduardo Simões desmentiu ontem que o montante dos empréstimos feitos junto do empresário Emídio Mendes não ultrapassou 3,5 milhões de euros. Parte dessa verba, como ontem referiu em tribunal, foi usada para pagar o passe do avançado brasileiro Marcel. Este jogador, contratado a um clube japonês, assinou por três anos e meio e custou 1,1 milhão de dólares. Uma verba paga em diversas tranches durante o ano de 2005. Período de tempo em que o atleta chegou a motivar a cobiça de equipas como o FC Porto e o Benfica. Clube pelo qual veio a assinar no início do ano seguinte mediante o pagamento à Académica da cláusula de rescisão: 3,5 milhões de euros.

Apesar do negócio efetuado, José Eduardo Simões criticou a postura encarnada no processo, já que antes das negociações com a Briosa o diretor geral do Benfica, José Veiga, ter-se-á reunido com o atleta e seu representante numa unidade hoteleira da cidade, tendo ficado acordado com o jogador que para assinar com o Benfica não deveria jogar mais com a camisola da Académica.

Só assim, referiu o presidente, se justifica uma das escutas do processo onde Emídio Mendes tenta amenizar a raiva de José Eduardo Simões quanto à “atitude condenável” do Benfica. Daí que, para resolver a questão, os encarnados tiveram “de ajoelhar” perante os desejos academistas. O pagamento dos 3,5 milhões de euros foi feito através de 20 letras bancárias de 175 mil euros/cada. Em todo este processo, Simões garante que “nada há nem nunca houve relacionamento Emídio Mendes, Marcel e Académica”.

O presidente da Briosa aproveitou boa parte da sessão de ontem para explicar negócios realizados pelo clube relativamente a alguns atletas. Nalguns casos, como reconheceu, foram fracassos, mas noutros – como Joeano, Filipe Teixeira e Kaká – “foram bem vendidos”.

Quanto ao empreendimento da Quinta das Lágrimas, Simões questionou porque é que esperaram pela sua saída do cargo de diretor municipal para “fazerem as alterações nalguns dos lotes”. Já em relação à coima aplicada ao empreiteiro Fernando Marques, a explicação dada foi que tal resultou de uma proposta feita pela responsável jurídica do gabinete, Eliana Pinto. Por responder ficaram as razões que o levaram a assinar uma informação favorável a este empreiteiro um dia depois dele ter entregue um donativo na Académica.

No que diz respeito à lista de empreiteiros e gabinetes que foi aprreendida no gabinete de José Eduardo Simões, o antigo diretor disse que era um documento entregue pelo antecessor – Zeferino – e onde estavam assinaladas aqueles que “eram de confiança”.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.