“Arregaçar as mangas” ou “pôr as mãos na massa” são expressões que se adequam ao presidente da delegação de Quiaios da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). António Tondela é encarregado de obra, pedreiro e ainda angariador de fundos. Para além, claro está, do seu verdadeiro cargo de presidente daquela estrutura.
Quando tomou posse, há mais de um ano, a casa estava “uma catástrofe”, diz. “Nem se podia entrar nas divisões”. A deterioração era extrema, segundo o presidente, e até ratazanas habitavam, ocasionalmente, naquelas instalações. Com alguns (poucos) donativos em dinheiro e com muita generosidade de empresas concelhias e da junta de freguesia, António Tondela foi conseguindo areia, cimento, tintas, louças e até um camião para transporte.
E, pondo em prática os seus anos de trabalho na construção civil, começou a remodelar a sua nova casa. A fachada foi refeita, as camaratas intervencionadas e as canalizações mudadas. Atualmente, está a concluir as obras nas casas de banho. Porém, o esforço nem sempre é recompensado. “Eu não sinto os quiaenses a dar ajuda moral”, lamenta. “Estavam tão desiludidos com a anterior forma de trabalhar que ainda não estão a acreditar no nosso trabalho”.
Postos de trabalho em risco
No entanto, nem tudo o que é necessário depende do suor do presidente. A aquisição de uma nova viatura de emergência médica é a prioridade atual. A única ambulância que a delegação possui não consegue dar resposta às inúmeras solicitações. “Estamos a perder muito serviço”, afiança António Tondela. “Se não tivermos outra viatura não sei se vou conseguir pagar os salários”.
Se o veículo não chegar até ao final do ano, admite que poderá ter de diminuir o pessoal. A viatura custa cerca de 58 mil euros. Por isso, toda a ajuda é bem-vinda. Mal as obras estejam concluídas, o que deve acontecer ainda este mês, António Tondela quer realizar um evento na delegação. Não só para que as pessoas vejam o trabalho da direção, afirma, mas também para as sensibilizar a contribuir para a tão desejada aquisição.
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