Há um fã dos U2 acampado às portas do estádio que é igualzinho ao Bono. Às semelhanças físicas, Paulo Santos ¬ com 44 anos de idade, residente em Gondomar – junta o mesmo jeito de pentear o cabelo, óculos semelhantes, roupa preta e botas a condizer.
É impressionante a identificação que o português tem com o vocalista da banda irlandesa, ao ponto de fazer suas as causas de Bono Vox, nomeadamente a luta pelos direitos humanos. Por isso, mesmo desempregado, não hesitou em investir 450 euros para mandar fazer uma tarja de cinco metros de comprimento, com a foto da ativista birmanesa Aung Suu Kyi, de forma a que todos os fãs a possam assinar. O objetivo é “mostrar a indignação pela violação dos direitos humanos na Birmânia e à volta do mundo”. Chegou às imediações do estádio Cidade de Coimbra na madrugada de ontem, acompanhado pela mulher, para assistir aos dois concertos. São três noites que o casal vai dormir ao relento, em sacos-cama. Já fez o mesmo para cada uma das vezes que foi necessário adquirir os bilhetes duplos: Primeiro à porta da Fnac, depois da Worten, no Porto. Será os quarto e o quinto concertos dos U2 a que assistem em Portugal, lamentando ter faltado ao primeiro, em Vilar de Mouros, em 1982, “mas também ainda era muito jovem”. O seu principal sonho é ir ao museu do U2 que existe na Irlanda. De resto também é admirador de duas outras bandas de gerações diferentes, antes e depois dos U2: Doors e Pearl Jam.
Paulo Bono, como também gosta de ser chamado, será o espetador número 26 a entrar no relvado hoje, às 17H30, quando as portas do estádio se abrirem. Fará parte do lote de admiradores incondicionais que estão a acampar no relvado adjacente para conquistarem os luagres mais perto do seu ídolo.