A autoridade marítima da Figueira da Foz vai retirar os destroços à superfície e a rede de pesca da traineira, naufragada hoje à saída do porto local, para possibilitar a navegação de embarcações de pesca.
“Vamos recolher todos os destroços e a rede do cerco da traineira. São esses os riscos para a segurança da navegação de embarcações de pesca e recreio”, disse à agência Lusa o comandante do Porto, Malaquias Domingues.
Há hoje “várias embarcações de pesca a aguardar a entrada na barra”, disse a fonte adiantando que as autoridades pretendem “criar condições” para o seu regresso ao porto “em segurança”.
Já a navegação dos cargueiros que demandam ao porto comercial poderá vir ser retomada “de forma condicionada” ainda hoje ou quarta feira, mas está dependente de uma avaliação das condições de segurança, disse fonte da Administração do Porto da Figueira da Foz.
O porto da Figueira encontra-se encerrado à navegação desde as 00:20 de hoje, hora do naufrágio da traineira “Vila de Buarcos”, com 17 pescadores a bordo, que foram salvos de imediato por outras embarcações.
A remoção da rede de pesca do cerco da embarcação naufragada vai ser feita com recurso a outra traineira, explicou o comandante do Porto
“A rede está agarrada à traineira e as boias estão à superfície. Vamos trabalhar [na remoção] com os pescadores que são quem melhor conhece as redes”, disse Malaquias Domingues.
Quanto à retirada da traineira, o comandante do Porto lembrou que, de acordo com a lei, cabe ao armador apresentar um plano de remoção.
“Numa primeira avaliação, fácil não é”, disse Malaquias Domingues, embora adiantando que existem “condições favoráveis”, nomeadamente ao nível meteorológico e do estado do mar.
Entretanto, ouvido pela Lusa, José Luís Cacho, da administração do Porto da Figueira da Foz, disse que as autoridades estão a avaliar as condições em que se encontra a traineira naufragada, localizada a alguns metros de profundidade, no canal de navegação da estrutura portuária.
Nesse sentido, admite a utilização de mergulhadores “para avaliar em que condições se poderá retomar a navegação”, nomeadamente dos navios de carga, atualmente impedidos de entrar ou sair do porto comercial.
“Penso que poderemos ter navegação condicionada no final do dia ou amanhã [quarta feira] mas é preciso avaliar primeiro as soluções para retomar a navegação”, frisou José Luís Cacho.
A situação, reconheceu, acarreta “prejuízos” aos operadores portuários.
O porto da Figueira da Foz movimentou, até junho, cerca de 767 mil toneladas de carga, esperando atingir, no final do ano, um total de 1,5 milhões de toneladas, valor que constituirá um novo recorde.
“No primeiro semestre de 2010 registamos uma taxa de crescimento de 40 por cento. Fomos o único porto do país a registar um crescimento de toneladas movimentadas em 2009 e esperamos manter esse crescimento em 2010”, referiu.