Acordo Ortográfico é uma decisão política de língua

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“Em termos de ortografia, não somos só nós que estamos a fazer cedências”. Margarita Correia, investigadora do Instituto de Linguística Teórica e Computacional, desdramatizou, quarta-feira (20), no Casino Figueira, as consequências e mudanças do novo Acordo Ortográfico (AO).

Em particular, a tão discutida perda de identidade nacional. “A língua é muito mais do que ortografia”, lembrou a investigadora. E, a variação do português europeu e brasileiro, é “muito maior do que gramatical”, frisou.

“A principal mudança que o AO traz é a nível legal”, disse. Ou seja, pela primeira vez, a ortografia é regida por um único documento, de nível internacional, representativa de todos os países da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa. E o objetivo? “Pretende promover a unidade ortográfica do português, e só esta, procurando conceder-lhe uma maior visibilidade a nível internacional”, explicou.

Margarita Correia desmistificou igualmente a polémica em torno da norma seguida pelo AO. Esta, segundo a investigadora, a parte mais difícil, porque não temos “uma instituição atuante” que defina a norma da língua. “Hoje, a norma, de facto, é Lisboa, porque é lá que estão os meios de comunicação social”, afirma. Contudo, ressalva, “as diferenças entre Coimbra e Lisboa em nada interferem com a implementação do AO”.

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