HUC acusados de recusar doentes

Posted by
Spread the love

A alegada recusa de tratamento de doentes de fora de Coimbra na Unidade de Tumores Ósseos (UTAL), por determinação do próprio Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), levou à constituição de uma plataforma de cidadãos em defesa desta estrutura que é parte integrante do Serviço de Ortopedia do hospital.

Plataforma de Cidadãos

Sob a simples designação de “plataforma”, o conjunto de cidadãos divulgou uma carta aberta ao presidente do Conselho de Administração, Fernando Regateiro, acusando-o de “roubar a esperança a doentes de tão terrível patologia e de entre eles semear a inquietação e a dúvida sobre o seu futuro”.

Ainda na passada sexta-feira, Virgínia Marques disse – na qualidade de membro da plataforma e durante uma manifestação de protesto junto às instalações de Celas – que “só eles estão vocacionados para tratar tumores ósseos do aparelho motor; interessa que o serviço continue nacional”. Referia-se à UTAL, “uma equipa e uma unidade, cujas proezas médicas e científicas nos deviam encher a todos de júbilo”, acrescenta a carta aberta, com apresentação de números: cinco mil doentes de cancro do aparelho locomotor tratados nos últimos 25 anos.

Regateiro responde

Fernando Regateiro riposta que “as alterações em curso são para ampliar e melhorar as condições” do serviço, assegurando que “não se altera rigorosamente nada” na unidade, e que não houve casos de recusa de doentes.

Perante estas declarações, o médico Diogo Cabrita, clínico de Cirurgia Geral do Hospital dos Covões (Centro Hospitalar), disse ontem ao DIÁRIO AS BEIRAS que tem provas do contrário. Uma das suas doentes, do distrito de Braga, viu recusado um pedido de consulta após análise do processo pelo próprio Conselho de Administração do hospital universitário, com a justificação de que “os HUC não são o seu hospital de referenciação”. Diogo Cabrita contrapõe que “este tipo de tratamentos não existe em Braga e deve ser feita numa unidade qualidade, como a que existe em Coimbra, e não se deviam recusar doentes desta forma”. Na perspectiva do clínico esta situação revela “total descalabro, disparate e uma enorme burocratização do sistema”.

3 Comments

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.