Amar Coimbra é amar Portugal

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Perdão! Vamos à realidade!…

A saúde, a economia e os conhecimentos são uma tríada indissociável.

Os políticos têm dificuldade em entender e atender a esta realidade.

Todos nós clamamos por melhores vencimentos, mais emprego, melhor saúde, melhor ensino, ou seja, mais conhecimento. Uns prometem e ameaçam com o irreal e irresponsável – greves. Todos sabemos que os cofres do Estado e das famílias estão exauridos. Temos que fazer mais sacrifícios, mas exige-se fim à democracia e que todos, começando pelos partidos políticos, falem verdade e se deixem do contraditório absurdo, estéril e inoperante… até porque com a aprovação da lei da permissividade já não há que discutir o sexo dos anjos!

A situação do país já não é um problema do Governo, de partidos. É um problema de cada um e de todos nós.

Passou a ser um problema de consciência e não de conveniência, acção e não apatia é o que se deseja!

É assim com a autoridade de ter sido director dos HUC – Hospitais da Universidade de Coimbra e da equipa homogénea (apesar de diversidade) que o governou – todas as decisões foram tomadas por unanimidade – que reclamo: oiçam-me; não me posso calar, actuem antes que se destrua o baluarte de referência que eram os Hospitais da Universidade e com ele se inicie o colapso da medicina portuguesa.

Os Hospitais da Universidade têm que ser um hospital nacional, não um hospital regional. Que este esteja sempre apetrechado, em meios humanos e materiais, para poder prestar assistência de qualidade a todos os doentes deste país, quando já não há onde recorrer! É manter a confiança e a esperança!

Como criador do moderno Serviço de Ortopedia e Traumatologia dos HUC, serviço conceituado e de referência a nível nacional, europeu e internacional, estando-se na iminência de dar uma machadada fatal numa das suas jóias – a secção de tumores ósseos que é do melhor que há no país e equivale-se ao melhor há no exterior -– eu clamo Alto! Deixem-se dessa enormidade!

Lembro o professor José Gouveia Monteiro, insigne professor da Faculdade de medicina que foi reitor da nossa universidade; e esteve internado nos nossos serviços, pouco antes de morrer – parece que adivinhou a morte – dirigiu-se-me e disse:

– “Doutor Canha, eu venho cá pedir-lhe desculpa (ambos de pé, porque não se quis sentar no meu lugar, que lhe ofereci)

– Pedir desculpa, porquê?

– Porque eu fui o que mais o apodei de megalómano e hoje reconheço que tinha razão!

Os homens grandes engrandecem-se reconhecendo a verdade! O serviço tinha então cerca de 350 camas, 63 médicos e 15 salas de operação. As três melhores salas (nunca volta a haver, para determinados instante melhor no país) não chegaram a abrir… Tínhamos sete mil doentes em lista de espera!

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