Passos Coelho deixou cair a máscara

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Há cerca de um mês, nas jornadas parlamentares do seu partido, o líder parlamentar do PSD “enchia o peito” para afirmar que o PS estava “desesperado” por ver Pedro Passos Coelho e os social-democratas na liderança das sondagens para as legislativas. Miguel Macedo congratulava-se com números que o tempo se encarregou de desmentir, e nem foi preciso muito tempo para isso acontecer… Depois de um período de graça, que todos os novos líderes partidários conquistam à sua chegada, no último Barómetro da Marktest o PSD e Passos Coelho caíram a pique! Mais de 10 pontos percentuais, enquanto o PS registou uma subida quase equivalente e está novamente a subir.

Perante as dificuldades que o país atravessa e as medidas, conscientes e necessárias mas nem sempre populares, que o actual governo tem vindo a implementar, seria de prever que o estado de graça do líder do principal partido da oposição se prolongasse por mais algum tempo. Mas não foi assim. E não foi assim, não por causa do eventual impacto da proposta de revisão constitucional, que nem no seio do PSD é consensual, mas porque essa proposta veio ajudar a desmascarar as reais intenções de Passos Coelho e do seu partido.

Os portugueses começam finalmente a perceber quem é o presidente dos social-democratas e quais as ideias que preconiza para Portugal: a sua posição política e geopolítica face a matérias tão fundamentais como a Saúde, a Educação ou o Emprego é agora perfeitamente conhecida de todos e, convenhamos, pouco agradável para a maioria. O PSD quer matar o Estado Social, aplicando profundos cortes nos salários, liberalizando de forma radical os despedimentos e privatizando todas as valências do Estado que permitem alguma equidade no acesso ao Sistema Nacional de Saúde ou à Educação, e condenando os mais pobres a permanecerem mais pobres.

Não é essa a filosofia do Partido Socialista, um partido maduro, com experiência governativa, que tem uma profunda noção da realidade e que assume o combate à crise como objectivo primacial, mas não a qualquer preço. A prioridade deste Governo e do partido que o sustenta é a defesa intransigente dos interesses de Portugal e dos portugueses, mas tendo sempre em linha de conta os impactos das medidas que vão sendo postas em prática. As mais recentes tomadas de posição do PSD só vieram mostrar ao país as diferenças entre os dois partidos e os seus líderes, e atestam a evolução negativa de Pedro Passos Coelho, que curiosamente se estreou na liderança da oposição com responsabilidade, ao viabilizar a aprovação do PEC. Daí para cá, a máscara caiu e só ficou a desilusão…

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