A Câmara da Guarda é a única accionista da Sociedade Hotel de Turismo – que detinha o hotel. Agora, a unidade vai passar para o Instituto de Turismo de Portugal (ITP) ,que prevê instalar ali uma Escola-Hotel.
A venda do imóvel já tinha sido aprovada, pela maioria socialista, em reunião do executivo municipal. Na altura, os vereadores da oposição (PSD) consideraram o processo “muito infeliz e grave para a Guarda”, argumentando que poderia haver outro destino para o Hotel de Turismo.
Opinião contrária foi, então, manifestada pelo vice-presidente da Câmara Municipal da Guarda, para quem a venda “será uma mais-valia”. Segundo Virgílio Bento, ficam salvaguardados os interesses da autarquia e da cidade, pois surgirá “uma Escola de Hotelaria de nível 4” ligada a um hotel com quatro estrelas, de acordo com o compromisso assumido pelo ITP.
O vereador Rui Quinaz (do PSD) afirmou, então, que tivera conhecimento do interesse de “investidores privados locais” que “apresentaram uma proposta por valores superiores”, lamentando o facto de a Câmara Municipal da Guarda entregar o Hotel de Turismo a “uma entidade do Estado e por menos dinheiro, sem qualquer justificação”.
Aludiu, ainda, à candidatura que um grupo de empresários tinha apresentado ao PROVERE, em parceria com a câmara. O objectivo era a requalificação do hotel, com um projecto bioclimático e uma vertente spa. De referir que, anteriormente, tinha sido apresentada uma candidatura ao Sistema de Incentivos a Produtos Turísticos de Vocação Estratégica.
Por seu turno, o vereador Vitor Santos (PS) afirmou à comunicação social que o executivo desconhecia “qualquer proposta ou intenção de compra manifestada por privados”.
A venda do hotel ao Instituto de Turismo de Portugal foi depois aprovada, por maioria, na Assembleia Municipal, com os votos do PS e do único deputado da CDU; os deputados do PSD e do Bloco de Esquerda votaram contra.
Nessa sessão, o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, garantiu não ter havido nenhuma proposta formal por parte de empresários locais.
O autarca sustentou ser a proposta do Instituto de Turismo de Portugal a “melhor solução”, elucidando que metade do pagamento deverá ser concretizado até ao final do ano e a verba restante até ao final de 2011.
Na última reunião do executivo municipal, realizada segunda-feira, foi aprovada a dissolução da Sociedade Hotel de Turismo da Guarda. Em 2007, esta empresa tinha adquirido a unidade hoteleira à câmara municipal, após ter terminado o contrato de concessão com a empresa arrendatária.
Entretanto, esta semana foi dado mais um passo para ser equacionado o futuro dos trabalhadores do Hotel de Turismo. O despedimento colectivo é o cenário colocado.
A proposta inicial da autarquia era pagar, em termos de indemnização, um mês por cada ano de trabalho, o que não foi aceite pela comissão criada para o efeito, a qual reuniu com a câmara na passada quinta-feira.