Alice Mano convoca assembleia extraordinária do grupo Caras Direitas

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O património do centenário Grupo Caras Direitas vai minguar, com a alienação judicial do pavilhão desportivo. Esta venda forçada tem origem nas obras de recuperação do palco do cineteatro, que ardeu em Dezembro de 2003, cujo montante ascendeu a duas centenas de milhares de euros. Agora, com os juros de mora, o valor foi largamente ultrapassado. A alienação é feita no dia 6 de Setembro.

“Não sei se ainda se pode fazer alguma coisa para reverter a decisão. Receio termos chegado a um ponto sem retorno”, disse Alice Mano ao DIÁRIO AS BEIRAS. A presidente da assembleia do Caras Direitas já falou com a direcção sobre o agendamento de assembleia-geral de sócios extraordinária. Se os estatutos permitirem, a reunião magna realizar-se-á antes da data da abertura de propostas (ver caixa).

É numa eventual hasta pública sem propostas que reside uma réstia de esperança. “Se isso acontecer, teremos uma margem temporal para tentarmos encontrar uma solução”, diz Alice Mano. Para os sócios do Caras Direitas, a esperança também é a última coisa a morrer. Alguns dos históricos fazem voto de silêncio até depois da assembleia. Entretanto, vão manifestando a sua indignação, em tom sereno, pelo menos por enquanto, mas que se ouve na rua.

Alice Mano acusa a direcção do Grupo Caras Direitas de “falta de comunicação”. Ressalva, no entanto, que os directores “esforçaram-se para tentar liquidar a dívida”. Nesse esforço enquadra-se a tentativa de obter licença para construir mais em altura no espaço que agora vai ser alienado. Mas a câmara não terá autorizado que ali se construísse (habitações) mais alto do que o Plano de Urbanização permite.

Salvam-se os dedos

“É verdade que a conjuntura também não ajudou”, reconhece ainda Alice Mano. Contudo, à margem das causas, os efeitos vão-se fazendo sentir: “os sócios, e a comunidade de Buarcos, fizeram imensos sacrifícios a favor da construção do pavilhão. Alguns doaram e outros emprestaram dinheiro. É pois natural que as pessoas se sintam magoadas com esta situação”, conclui a presidente da assembleia.

Por seu lado, o vereador das Colectividades, António Tavares, garante que a câmara nada pode fazer para ajudar o Caras Direitas a ultrapassar este episódio negro da sua história.

Pelo menos, salvam-se os dedos, ou seja, o edifício histórico, intimamente ligado ao teatro e ao cinema. Quantos aos anéis, esses deverão conhecer o seu destino no início de Setembro. Até á hora do fecho desta edição, não obstante as tentativas, não foi possível obter declarações da direcção da associação.

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